O que é um ETF e como investir?

Múltiplos Investimentos
21/6/2021

O QUE É?

O ETF é um fundo de investimento que pode ser utilizado por aqueles que buscam diversificar seu capital de forma simples e eficaz. A sigla em inglês para a expressão Exchange Traded Fund, se refere a um tipo de fundo com gestão passiva, que replica um determinado índice.

Ao contrário do investimento direto em ações, onde o investidor escolhe uma ação específica de uma única empresa, ao investir em um ETF, o investidor está adquirindo uma parte de várias empresas ao mesmo tempo.

Uma forma de ilustrar essa dinâmica, seria imaginar o ETF como uma cesta na qual se encontram diversos itens específicos com suas respectivas características e tamanhos dentro da cesta. O comprador adquire todos os itens da cesta ao mesmo tempo, ao invés de comprar cada um separadamente.

É dessa mesma forma que funciona um ETF, um fundo que possui as empresas presentes no índice ao qual está relacionado, com a função de acompanhar a variação do mercado e oferecer maior diversificação, e simplicidade para o investidor.

 

ONDE COMPRAR

O investimento em ETF é realizado através de uma corretora de valores mobiliários. Com a digitalização do mercado financeiro, o processo de abertura de conta em uma corretora tornou-se simples e, muitas vezes, sem custo algum. 

Os ETFs são negociados no home broker da corretora, através de um código composto por quatro letras, seguidas por dois números. Caso você deseje investir no índice Bovespa (principal índice de ações brasileiro), por exemplo, basta você comprar o BOVA11. 

CARACTERÍSTICAS

Conforme já mencionado, os ETFs possuem uma gestão passiva, ou seja, o gestor responsável pela administração do fundo não possui o poder de decidir quais ativos escolher, nem a concentração de cada um, deve apenas ajustar a carteira para que possua os mesmos ativos com os mesmos pesos do índice que está replicando.

A rentabilidade dos ETFs é obtida através da média dos seus ativos, ou seja, por possuir diversos ativos, a valorização ou a queda é um resultado do desempenho de todas as ações em conjunto.

Assim, um único ativo influencia apenas em parte no rendimento total do fundo, sendo assim, uma desvalorização acentuada de uma ação específica não apresenta um efeito profundo no resultado como um todo. No entanto, uma elevação no seu preço também é diluída pela média.

A sua rentabilidade acompanha o índice referido e, portanto, os ETFs não buscam obter retornos acima do mercado, apenas acompanhar as variações do índice.

Um ativo que não pode faltar na carteira do investidor é o ouro. Um ativo escasso para proteção patrimonial e potencial valorização em eventos de crise.

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VANTAGENS 

         Uma das vantagens desse tipo de investimento é a diversificação do patrimônio. Ao investir em um ETF, o investidor fica exposto a um índice inteiro, ao invés de se expor apenas a um ativo específico. O benefício da diversificação, é que ela confere ao investidor a segurança contra o risco do ativo.

         O risco de um investimento pode ser dividido entre risco do ativo (não sistemático) e risco de mercado (sistemático). O risco do ativo se refere à possibilidade de algum acontecimento que possa afetar o investimento em um  ativo específico, como por exemplo, uma mudança na gestão da empresa em que o investidor seja sócio e que mude os fundamentos desta empresa.

Ao investir em um ETF, que nada mais é que uma cesta de ações, esse risco é minimizado.

         Já o risco de mercado é a eventualidade de alguma ocorrência que afete o mercado como um todo, também conhecido como risco sistemático, como uma crise financeira ou pandemia que afete todo mercado simultaneamente.

 

Fonte: proeducacional.com

        

         A diversificação através de ETFs reduz o risco do ativo (não sistemático) dos investimentos, pois a movimentação positiva ou negativa de um único ativo não representa uma parcela significativa do resultado por inteiro. Por outro lado, o risco sistemático ainda permanece.

Outra vantagem dos ETFs é o fato de ser uma alternativa mais barata de diversificação para os pequenos investidores. Para adquirir todas as ações que compõem o índice Bovespa, por exemplo, o investidor teria que possuir o valor de pelo menos 1 ação de cada empresa. Já no ETF, a compra de uma cota já está diversificada em todo o mercado, a qual, no caso do Ibovespa, corresponde a pouco mais de 100 reais.

Por último, a facilidade e simplicidade desse investimento são diferenciais, pois não é necessário o mesmo conhecimento técnico aprofundado essencial para o investimento em ações, por exemplo.

Para se obter um desempenho positivo no investimento em ações, é fundamental o conhecimento profundo de determinada ação, uma análise profunda de sua contabilidade e a capacidade de acertar as movimentações nos preços das ações.

Ou seja, o investimento em fundos de gestão passiva como são os ETFs, é uma maneira simples para exposição no mercado financeiro, devido à sua diversificação, baixos custos e facilidade.

 

DESVANTAGENS

Se por um lado, o ETF oferece uma forma simples de diversificação, por outro lado obriga o investidor a ter posição em alguns ativos pouco atraentes. Ao comprar um índice, o investidor aceita receber todas as ações que se encontram presente nele, sejam elas de ótimos fundamentos ou não..

         O investidor pode considerar alguns ativos presentes no índice pouco atraentes, ou de um modo geral, um mau investimento. No entanto, nos fundos de gestão passiva, não se pode retirar um ativo por não ser desejado, o comprador deve aceitar tanto a sua presença, quanto o tamanho de sua posição no índice.

         Um outro ponto a ser observado é o fato de que a rentabilidade desse investimento será sempre prejudicada pelos ativos que menos se valorizarem, em outras palavras, a valorização do conjunto nunca será maior do que a valorização do seu maior componente.

         Em um fundo como esse, o retorno potencial é diluído pela média, e o investidor não pode esperar alcançar retornos muito destoantes do resultado comum do mercado.

         Os ETFs brasileiros apresentam, ainda, uma característica particular que os difere dos demais. No Brasil, os dividendos pagos às ações das empresas no ETF são automaticamente reinvestidos no próprio fundo, fazendo com que o investidor tenha que vender uma parte de sua participação no fundo para receber esses proventos.

         Mas, se o investidor recebe o dividendo de qualquer modo, mudando apenas o meio pelo qual recebe, qual é o ponto negativo nessa situação? Iremos tratar detalhadamente mais à frente sobre a tributação dos ETFs, mas já adiantando, os dividendos recebidos não sofrem tributação, enquanto a venda de cotas do fundo, sim.

         A partir do momento em que o dividendo recebido é automaticamente reinvestido no fundo, ele passa a ser considerado como um investimento comum feito pelo investidor, e em razão disso, deve sofrer incidência do imposto de renda.

         A princípio, os valores pequenos não apresentam uma quantidade relevante para afetar gravemente o rendimento. No entanto, no longo prazo, e com a atividade dos juros compostos, o valor que deverá ser alienado para o pagamento de tributação pode constituir uma quantia considerável do montante.

 

TIPOS DE ETFS

Existem diversos tipos de ETFs nos quais o investidor pode alocar seu capital.

Alguns exemplos de ETFs populares no Brasil:

Um dos ETFs de maior liquidez na bolsa de valores brasileira é o BOVA11, que replica o índice Bovespa. 

O índice Bovespa é uma carteira contendo as maiores empresas do Brasil, atualmente possui mais de 70 empresas, e é negociado em lotes de 10 cotas cada.

Um outro tipo de ETF bastante comum no Brasil é aquele que investe em ações de empresas de acordo com seu valor de mercado. Como por exemplo, os fundos que estão atrelados a índices de empresas small caps, que são empresas com pequena capitalização de mercado, ou blue chips, as grandes empresas do mercado.

No Brasil, nós temos o SMAL11, um ETF que está atrelado ao índice de empresas small cap. Esse índice possui empresas com baixo valor de mercado e alto potencial de crescimento.

Seguindo o tema da sustentabilidade e o ESG, existem ETFs que investem em empresas com atenção a critérios de sustentabilidade ESG. A sigla ESG representa a expressão em inglês environmental (ambiental), social e governance (governança). Empresas com essas características são bem vistas pelo mercado, e existem índices nos quais elas estão presentes.

Desse modo, o investidor pode alocar seu capital em um ETF que replica um índice ESG, e investir em empresas com dedicação a causas de sustentabilidade, ações sociais e de boa governança.

Além disso, existem ETFs que investem em empresas baseadas na sua localização geográfica. Alguns deles estão atrelados ao índice S&P 500, o qual contém as 500 maiores empresas dos Estados Unidos. Esse é um bom investimento para aqueles que buscam exposição a mercados mundiais.

Além dos Estados Unidos, existem também ETFs que estão relacionados a empresas presentes na China ou na Europa, por exemplo, o que amplia ainda mais a diversificação geográfica.

Recentemente, com a popularização das criptomoedas, também foram criados índices que são compostos desses ativos virtuais. Além disso, também existem fundos passivos que investem em ouro, com o propósito de oferecer uma reserva de valor para seu cliente.

Portanto, existem inúmeros tipos de ETFs que podem ser utilizados de diversas formas pelo investidor, e que compõem diferentes papéis em uma carteira bem diversificada e adequada ao nível de risco do investidor.

 

IMPOSTOS E TAXAS

Assim como as demais espécies de investimentos, os ETFs possuem sua respectiva tributação e taxas que devem ser analisadas antes de realizar o investimento.

O imposto de renda é cobrado nos rendimentos positivos desses fundos. Ao realizar uma operação onde o investidor obteve lucro, o mesmo deve efetuar o pagamento de 15% do valor do lucro para o imposto de renda.

A execução desse pagamento deve ser feita através de uma DARF (Documento de Arrecadação das Receitas Federais), um documento emitido pelo próprio investidor no portal eletrônico da receita federal, o qual deve ser preenchido com o valor a ser pago ao Governo.

No investimento em ações, se o investidor vender um valor inferior a 20 mil reais, ele não será obrigado a pagar imposto sobre o lucro obtido.

No caso do ETF, essa isenção não existe, ou seja, caso haja uma venda de qualquer valor, por menor que seja, deve ser realizado o pagamento de 15% do lucro à Receita Federal.

Além dessa quantia paga ao governo federal, deve ser realizado também o pagamento da taxa de administração. Esse valor é devido à gestora que administra o fundo, e possui a tarefa de executar toda a parte burocrática do fundo.

Essa taxa pode variar de fundo para fundo, pois diferentes gestoras gerem diferentes fundos, no entanto, esse valor geralmente se encontra abaixo de 1% do capital investido.

Essa taxa pode ser considerada relativamente baixa, se comparada a fundos de investimento de gestão ativa, onde o gestor possui a livre decisão sobre os ativos do fundo. Como o ETF apresenta uma gestão passiva, normalmente, apresenta uma taxa de administração baixa.

CONCLUSÃO

Em resumo, o ETF pode ser um ótimo meio de investir, que pode servir para diferentes propósitos em uma carteira de investimentos bem eficiente e adequada ao perfil do investidor.

         Excelente para a diversificação, o ETF apresenta características que devem ser analisadas por qualquer investidor que procure obter um investimento simples e bem balanceado. Todo investidor deveria conhecer esse instrumento financeiro que pode proporcionar ótimas finalidades e soluções para diferentes tipos de investidor e para diferentes propósitos.

         A importância da diversificação do patrimônio como defesa do risco de um ativo específico é essencial para o sucesso nos investimentos. O ETF pode ser utilizado como meio para a exposição em ações, renda fixa, moedas estrangeiras ou ouro. O seu caráter dinâmico, simples e versátil pode atender tanto as demandas do investidor iniciante até as do investidor mais experiente. 


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